segunda-feira, 5 de junho de 2017

Ela.










Enquanto seus dedos deslizavam pelas cordas do violão, seus olhos brilhavam. A música suave que saía dos seus lábios, doce carícia nos ouvidos. Cada movimento dela parecendo uma dança sensual e despretensiosa... Ela não sabia de nada... não tinha noção de como sua presença embriagava o ambiente... não via como havia flores ao seu redor... sua imagem bailava entre os raios do sol que tentavam se sobrepor ao brilho dela.
Na rua, o transito caótico, as pessoas passavam correndo, esbarrando umas nas outras sem se ver de verdade. O barulho ensurdecedor de buzinas, a fumaça de cigarros e escapamentos de carro... Tudo era névoa e confusão em volta. Ela não estava só, estando.
Mas ela estava absolutamente imersa em seu mundinho particular, tocando e cantando como se não houvesse mais ninguém ali... Ela cantava para si mesma. E bebia cada palavra, cada tom, cada verso... Seus cabelos balançando ao languidamente, ao ritmo de sua voz... Ela sorria para si mesma. E se acariciava com a melodia de seu violão. 
Ela não tinha certeza de nada. Mas ela conhecia cada linha de suas indagações. E mergulhava fundo em todas as suas emoções. Ela ousava rir e chorar sozinha! Ela era tão dona de si, tão forte e frágil ao mesmo tempo... que foi inevitável. Ela se apaixonou por ela. 

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