domingo, 3 de janeiro de 2016

As irmãs do Poeta




Chego sempre de repente,
gosto de ver sofrer,
invado a tua mente
e não te deixo viver.
Meu nome, tu bem o sabes,
é falso como a ilusão:
meu nome é Solidão.

Sou forte e traiçoeira,
engano-te a sorrir,
brinco com teu coração
e tu não me podes expelir.
Sou contrária ao teu amor,
meu nome, poeta, é Dor.

Sou falsa e megera,
brinco com teus sentimentos,
mostro-te apenas meu lado cor-de-rosa,
mas é negro o lado que te espera.
Me oponho a tua vida,
com minha vontade tão forte.
Sou falsa, sou fingida.
Meu nome, poeta, é Morte.

(poesia inédita, escrita em 1981, acervo privado)

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