quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Depois de tudo...












Rendo-me finalmente.
Entrego-me a lassitude, 
E vigio indolente o desfiar das horas...
Meus olhos baços já não enxergam...
Nem meus próprios passos
As vezes acerto...
No descompasso de tantas emoções,
No deslizar de lágrimas,
Que se quedam livremente
Entre as dobras do meu lençol...
Travesseiros jogados 
Pela cama e quarto.
Roupas dispersas pelo tapete 
Sobre sandálias e ligas...
Só tu dormes
Indiferente
Cálido.
Sobre meus cabelos
E orgulho.


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quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Entre paredes e versos...









Quantas gargalhadas ecoam pelas paredes
Reverberam entre telhas e caibros
E, exaustas, 
Por fim adormecem 
Sobre o leito amassado
De nossos sonhos?
Quantos suspiros inacabados
Encharcados de suor e saliva
Trôpegos de ilusões
Párias de desejos
Desmaiam silentes sobre
As almofadas e omoplatas?
Ah! Quisera eu,
Louca e sã,
Entre meus cílios
Captar o momento exato
De tua renúncia.
E te volatizar etéreo
Nas entranhas do meu ser
Enquanto me curvo.
Indefinidamente.

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terça-feira, 27 de setembro de 2016

Loucura...







Enlouqueci.
Sim, eu admito
Que me rendi ao teu sorriso
E derreti no teu abraço
E quando mergulhei
No universo mágico de tua boca
Quando fui prisioneira de teus laços
Eu esqueci do mundo
E te entreguei meus lábios
No silêncio entorpecido de palavras
Restamos loucos
No meu seio.
Na tua boca.


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segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Teu beijo...







Eu não consigo.
Minha pele ainda arde com a lembrança
fugidia de teu toque...
Daquele abraço forte e gostoso, 
teu sorriso...
e a textura suave e saborosa
de teus lábios...
Aquele beijo roubado.
Sem nome, 
sem promessa.
Eu não consigo.
Tenho teu olhar gravado,
faminto. 
sedento.
Talvez amanhã eu possa.
Quem sabe amanhã eu consiga.
Mas hoje não
Hoje não consigo te esquecer.

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quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Adeus.











Eu tinha que te escrever uma última carta.
Sim, era necessário oficializar o sentimento.
Fundamental que você soubesse ser a última 
e assim pudesse finalmente sepultar o nosso amor.
Não que não haja sofrimento, 
doeu muito, sabe?
Na verdade ainda dói pra caramba.
Porque ninguém sepulta um grande amor
e sai dançando.
Eu cantarolei, confesso.
Pra disfarçar a dor e o luto.
Tentei fazer piada, 
mas não deu.
Eu confesso que a morte do nosso amor
matou um pedaço de mim.
E eu vi meu sentimento ruindo aos poucos 
enquanto te via, 
a tua cópia pálida e fria,
a tua imagem triste e vazia.
Patético, eu sei,
mas é preciso escrever a última carta.
Me perdoa,
mas sepultei o nosso amor.

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quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Faces...




Face a face,
Em meio a cada loucura
Redesenho e reinvento
Cada um dos meus passos,
Nos espaços vãos 
Em que resisto 
Insisto 
Assisto
Insana e torpe
De joelhos postos
Sobre a mesa farta
E a janela aberta
Onde entra o vento
Que me desalinha
Enquanto teimo
A tua procura.

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domingo, 11 de setembro de 2016

Cores e flores









Imagino um mundo tranquilo
Onde não haverá dor nem martírio
Um lugar sereno e bonito
Em que navegam os sonhos
Cores cálidas
Flores sólidas
Meu mundo de magia
Sem sons, sem vozes
Apenas o farfalhar do vento
Acariciando nuvens em pleno deserto
Cores mágicas
Flores trágicas
Um leito suave e macio
Recoberto de seda e jasmim
A balançar languidamente
Entre folhas e árvores frondosas
Cores líricas
Flores lépidas
Mas meu sono me trai
E me confronta a verdade
De ver a vida passando
E só crescer a saudade
Cores mórbidas
Flores sórdidas




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