quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Agradeço Agora - O Abraço




E por mais que se corra
Por mais que se agigante
O sonho do mais e melhor
Por mais que eu perca o passo
Que nada no mundo suprima
Que nenhum sorriso congele
E nenhuma estrela se apague
Sem que eu agradeça 
O abraço




(Parceria com a designer Danie Andrioli da grife #AgradeçoAgora)
agradeco.agora


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terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Medo




Eu confesso.
Tive medo.
Aliás, posso dizer que ainda tenho.
Medo de me ver no espelho,
De conversar comigo,
De me ouvir.
Ainda sento e choro
Lágrimas mudas
De medo e remorso.
Meu sorriso treme...
Meu pensamento gagueja...
Medo.
Porque ser eu não me basta.
Porque ser eu não é tudo.
E me encontrar comigo é assustador.
Não me reconheço.
Não me entendo.
Não me aceito.
Por isso, 
Tenho medo.
De não me bastar
E de,
Não sendo o bastante,
por fim eu me faltar.
E então restar apenas
Medo.


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terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Eu te preciso...



Talvez por querer tanto um sorriso
Por ter essa ânsia de alegria...
Viajo a passos largos pela vida,
Caminho, tropeçando em flores...
Ah... e a ventania...
Aquele temporal que tudo devasta,
Que remexe a terra e, inclemente, 
Revolve as folhas... e as semeia...
Busco... 
Sim, necessito claramente de um sorriso...
E, nesta procura louca,
Esbarro muitas vezes em tua boca.
E me esbaldo nas entrelinhas de teus lábios...
Porque não és sorriso.
És promessa.
E te alimento o sonho
Pra colher sorrisos.

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terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Solidão




E agora 
Que todas as estrelas já se calaram
E todo o meu sorriso se esvaiu...
Todo o canto emudeceu...
Agora resta o silencio.
Resta a solidão.
É agora
Neste exato momento
Neste abandono lasso
Que me encontro comigo.
Que me analiso e me desenho...
Contorno meus traços...
E redefino meu caminho.
Abraçada comigo,
Amparada por meu próprio braço.
Redescubro meu peito.
Reinvento meu acaso.
Finalmente,
Aprendi a estar só.

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sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Minhas bagagens



Trago meus olhos rasos e transbordantes
medos
incertezas e desatinos.
Trago sorrisos contidos
e pequenas lembranças fragmentadas...
Tenho fé que o destino,
com sua agulha afiada
e sua linha farpada
consiga reconstruir meus pedaços.
Trago partes de ti e de mim
e de todos que passaram
nesta jornada louca da vida.
Já fui santa e louca,
mas me perdi de mim.
Hoje trago apenas os olhos
que se recusam a ver lá fora
por não conseguir ver dentro de mim.

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terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Horas Negras




Quando, em meio à noite, 
o sono se esvai 
e sinto uma leve penumbra... 
Uma infinita tristeza 
aliada à Solidão
entra em mim - me faz sua presa.
Entra em mim: acorda o coração. 
Ainda na cama miro a janela
para ver se descubro nela
algo a me sorrir.
É grande a decepção
e seu sabor é amargo.
É fruto mal tragado
é alma que divaga, 
a sofrer.
Pensando, nem sei em que,
eu me levanto.
Estaco a porta
(sentia que estava morta)
por fim, abro-a,
a passos lentos,
indecisos, penetro na sala.
Ligo a televisão
a traiçoeira se cala
acendo a luz
e súbito volto a apagá-la
e fujo
e fujo da sala...
À entrada da cozinha
me perco em meus pensamentos.
Por que eu estava ali?
Não era pois a fonte dos meus tormentos?
Procuro, em meio a escuridão,
mas não acho a resposta...
A mesa ainda estava posta...
De repente, tremo ao frio...
frio? mas gotas de suor me porejavam as faces...
O relógio marcava duas horas e cinco minutos...
Como era possível?
a algum tempo ele já marcava esta hora...
levo-o ao ouvido: parado.
Jogo-o contra a parede
Ruídos
Pedaços de vidro que cairam ao chão...
Aproximo-me do telefone,
de que me adianta saber a hora?
era domingo... queria dormir...
voltei para a cama,
mas antes de deitar-me,
volvo meu olhar a janela:
que melodia era aquela?
Era doce e monótona...
Ilusão minha,
a rua dorme em silencio
e, o vento, morrendo, não a perturba...
Meus olhos encontraram a mesa,
droga! como fôra esquecer o rádio ligado?
Deitei-me, uma lágrima me percorria a face...
Por que chorava?
não tinha boas roupas, comida deliciosa, 
tudo o que queria?
Se não fosse essa melancolia!
Abro um livro
Como posso ler com a luz apagada?
acendo a do abajur.
Como ler a tristeza de outros 
se já não posso com a minha?
... e o livro tomba de minhas mãos...
O sol começa a nascer...
Por que não consigo adormecer?
Um raio de sol esquecido
ilumina meu quarto
e devolve-me o sono perdido...
Sei que algo de bom, de novo,
está para acontecer...
Sinto que volto a viver...

poesias inéditas... 



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domingo, 3 de janeiro de 2016

As irmãs do Poeta




Chego sempre de repente,
gosto de ver sofrer,
invado a tua mente
e não te deixo viver.
Meu nome, tu bem o sabes,
é falso como a ilusão:
meu nome é Solidão.

Sou forte e traiçoeira,
engano-te a sorrir,
brinco com teu coração
e tu não me podes expelir.
Sou contrária ao teu amor,
meu nome, poeta, é Dor.

Sou falsa e megera,
brinco com teus sentimentos,
mostro-te apenas meu lado cor-de-rosa,
mas é negro o lado que te espera.
Me oponho a tua vida,
com minha vontade tão forte.
Sou falsa, sou fingida.
Meu nome, poeta, é Morte.

(poesia inédita, escrita em 1981, acervo privado)

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