domingo, 28 de maio de 2017

No (meu) abismo...











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quinta-feira, 25 de maio de 2017

Ela...







Mais uma vez ela chorou. Tentou de todas as maneiras segurar, ser forte, mas não deu. Quando o dia amanheceu ela recolheu seus sonhos que estavam espalhados pelo quarto, guardou na gaveta do criado mudo e vestiu a armadura de todo dia. Fez uma anotação mental de revisar a gaveta, já que os sentimentos estavam transbordando a ponto de escorrerem pelo chão... Ela não sabia que aquelas pequenas fugas acabavam por alimentar estes seres, que se multiplicavam vertiginosamente por trás das cortinas do quarto revirado. Meio que atordoada, ela se olhou no espelho: droga! mais um beijo queimava no ombro... Tentou pentear os cabelos, mas o emaranhado de sussurros e gemidos fizeram com que a escova caisse das mãos. Abriu o chuveiro e a súplica morna que caiu sobre seu corpo tinha o cheiro do perfume dele. Ela se lavou com o suor dele escorrendo pelo corpo e fechou os olhos. Se ficasse em silencio, conseguia ouvir a voz  dele vindo por baixo da porta, se infiltrando pelas frestas dos cílios entreabertos. O guarda roupas tinha vários sorrisos pendurados nos cabides, organizados milimetricamente. Mas quando ela tentou vestir, nenhum deles cabia na tristeza dela. Lentamente, ela cerrou os sonhos. Com as mãos vazias e o peito cheio, ela uivou  sua melancolia. Ela morreu sozinha, sufocada com tanto amor.

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quarta-feira, 24 de maio de 2017

Desculpa...







Prostrada aos pés da cama
Confesso
E me penitencio
Me flagelo
E choro.
Admito.
Errei.
Não devia ter acreditado
No sol lá fora
No suave canto da chuva
Na sutil carícia do vento.
Ingênua.
Me deixei embalar
Pelos teus sussurros 
Em meu ouvido
Carente.
Mais uma vez
Sofro.
Mais uma vez
Só.
Confesso.
Deixei que meu peito
Pulsasse
Com tua respiração.
E meus pensamentos
Se perdessem
Entre teus dedos 
Afoitos.
Prostrada aos pés da cama
Assumo
 Mais uma vez
Machuco meu coração.

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terça-feira, 23 de maio de 2017

Devaneios...







Por não acreditar nas palavras
Já não digo nada.
Espero que meu silencio te diga
bem como meus gestos vagos...
De que vale meu grito?
Teu coração está surdo...
e teus olhos, cegos, 
se recusam a me ver...
Por isso choro em silencio
e sufoco meus soluços...
E afogo todas as mínimas lembranças.
Embora tenhas tatuado teu nome
em cada suspiro meu...
Mesmo assim, resisto.
Louca!
Finjo não perceber!
Ouso não acreditar!
E assumo, 
diante de teu retrato, 
meu crime confesso: 
ser tua.
Mas tudo bem.
Hoje é domingo de chuva.
Como todos os dias tem sido.





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quinta-feira, 11 de maio de 2017

Soneto a solidão









Soneto 


Por teu olhar apenas, sofro...
E desenho em névoa todos os desejos,
que tua pele me provoca em sonhos
e que afogo a me lembrar dos beijos...

Tenho delírios... mas a quem importa?
sofro em silêncio a cada madrugada...
Apenas tu, e tua presença afagam
a minha angústia que transborda em mágoa...

Sigo o destino, o que a mim reserva, 
a passos lentos na caminhada fria...
entre os lençóis de minha utopia.

Calo. E grito o silêncio infame.
Choro. E te acarinho a imagem...
Desenho em névoa, sempre o teu nome.

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