terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Mais uma saudade...




De novo. Mais uma carta. Por que será que não consigo parar de te escrever? Já faz tanto tempo... Mas sempre tem algo que me remete ao passado. Uma palavra perdida, um cheiro, uma dor... Engraçado que sempre foi assim entre nós: a gente sempre soube que podia contar um com o outro. Você sempre esteve ao meu lado quando precisei, e sempre me procurou quando era sua vez de querer colo. Até errar a gente errou junto!
Hoje não foi diferente, né? Era meio óbvio que eu te ligasse, que pedisse a tua ajuda. Você sempre teve a palavra certa, sempre me deu a direção quando eu me perdia. Talvez eu tenha te surpreendido, e até tenha sido meio egoista. Mas, embora tantos anos tenham passado, você continua sendo meu porto seguro. Eu não consigo evitar de correr para você.
Agora, aqui sozinha, remoo mais uma carta. Mais uma daquelas que é claro que não te enviarei. Mas que tenho certeza que você adivinhará o conteúdo, e, como eu, ficará com os olhos marejados. Porque a gente sempre teve certeza disso: que a nossa amizade sempre superaria tudo, até mesmo o nosso amor. Eu sempre estarei aqui, você sempre estará ai, mas, de alguma forma, sempre estaremos juntos.

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domingo, 27 de dezembro de 2015

E todas as luzes se apagaram quando o sol se pôs.




Eu falei que não ia ser fácil, lembra? Mas, como sempre, você não acreditou em mim... Na verdade, você sempre construiu castelos no ar e, teimosamente, habitava neles! Por mais que eu tentasse avisar, você não ouvia. E, a cada dia, surgia um novo castelo, uma nova paisagem, um novo lar. Quantas vezes eu fiquei pasma vendo como você se equilibrava na corda esticada da ilusão!
Não foram poucas as vezes em que corri a segurar a corda, ou que me fiz gigante para impedir que o vento derrubasse tuas frágeis paredes... Você não viu... eu sei... Seus olhos estavam ocupados demais procurando estrelas! E todas as luzes se apagaram quando o sol se pôs.
Eu tentei. Mas você não quis ouvir. Sim, eu sei, tinha um mundo colorindo brilhando e piscando pra você a todo instante... E todas as luzes se apagaram quando o sol se pôs. Mas aí já era tarde. E, naquela nuvem linda que você escolheu não tinha mais espaço para ninguém. Desculpe. Não consigo viver de favor.


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segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Tua presença...








Faz tempo que tua ausência me faz companhia. Criamos já uma camaradagem, saímos juntas, bebemos, rimos e choramos. Foi mesmo instantâneo que isto aconteceu, quase que obrigatório. Lembro bem quando ela chegou, de mala e viola, e se instalou em minha vida. Não pediu licença, não tirou os sapatos, nada! Simplesmente chegou e foi entrando, tomando conta da casa inteira... e de repente, não tinha mais nenhum lugar que eu pudesse estar sem ela. No sofá, na mesa da cozinha, no quarto, até na garagem ela se instalou!
Tentei de todas as formas que ela não se espalhasse tanto: em vão. Absolutamente decidida, na mesma noite ela se instalou no quarto e decidiu que iria dormir comigo. Sabes bem como meu sono é intranquilo, imagina agora com esta companheira ao meu lado? Desde o dia que partiste que ela não me permite uma única noite de descanso! Deito e levanto cada vez mais cansada e ela lá, firme e forte! Queria saber como ela faz para estar sempre tão bem disposta. Sem dúvida minha insônia deve contribuir para a sua bela cútis. Seguimos assim, eu cada vez mais exaurida, e ela cada vez mais forte.
Não sei, juro que não sei o que fazer, mas precisamos conversar urgente. Honestamente ando muito cansada, e é preciso que voltes logo, pois tua ausência não parece querer me deixar... Morro de medo, confesso, que ela acabe tomando o teu lugar.

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domingo, 13 de dezembro de 2015

Domingos...



E só porque era domingo, eu marquei um encontro comigo. Tinha milhares de coisas a resolver, após considerar todas as possibilidades, cheguei a conclusão que não dava mais: eu tinha que discutir nossa relação. Nossa? Sim, a minha relação comigo. Após muito analisar, vi que não dava mais. Ou eu me aceitava e passava a me tratar melhor, ou teríamos uma ruptura séria.
Eu e eu mesma sentamos frente a frente. Confesso que me assustei um pouco... Não tinha notado como eu tinha envelhecido. E quando olhei aqueles cabelos brancos, resolvi que ia pegar mais leve: minha mãe sempre me ensinou a respeitar os mais velhos. Mostrei pra mim minha nova tatuagem, e eu ri da minha cara de incredulidade! Sei que não é legal, mas não consigo perder essa mania de enfrentar as pessoas, de desafiar as convenções. Eu me desafiei na maior cara de pau.
Daí, aquela outra eu, com seus cabelos brancos, me mostrou um coração partido, cheio de remendos, com sangue gotejando por todos os cortes... E me acusou, de com minha insensatez, provocar tantas feridas... Ela me acusou dos seus cabelos brancos!!!
Como assim? Pode parar! Sou eu que te leva ao salão e escolhe as cores pra te deixar mais poderosa! Sou eu quem te leva ao médico, te compra os remédios... Eu cuido de mim!
E daí? A louca me respondeu: me ama... me ama tanto que me deixa só! Não me faz companhia quando a noite cai e eu rolo na companhia da insônia...
Ok, e quem é que te leva pra encontrar os amigos? Que senta contigo pra ver a novela? Que chora contigo ao ler os romances? Quem te inspira a escrever tuas sandices?
Chorei abraçada comigo. Não havia mais nada a dizer.  E só porque era domingo, nós resolvemos não brigar mais. Pelo menos até o próximo domingo.

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terça-feira, 8 de dezembro de 2015

'Felizes para sempre'





Eu te confesso que doeu. Doeu muito e ainda dói. Doeu quando abri a porta e você foi embora. Doeu quando o portão fechou e eu fiquei sozinha comigo. Não era pra ser assim... Eu acreditava no "felizes para sempre"...
Ninguém me disse que o "pra sempre" não existe. Não me avisaram que o amor as vezes acaba, e que não é uma avenida de mão dupla. Foi ai que eu me machuquei. E fiquei ali, jogada no canto da sala, contando os minutos que passavam a passos largos, atropelando meu ego e meu coração. Lembra dele?
Então, eu tinha um coração naquela época... e ele saltitava cada vez que te via, e batia descompassado no meio do teu abraço... Sabe que até hoje ele ainda dispara e sacoleja no meu peito quando penso em você? Aliás, eu queria te dizer que ficaram umas coisas tuas pela casa... Vivo esbarrando no teu sorriso, e as vezes chego a dormir no teu perfume... Você nunca foi embora completamente.
Eu sei. Parece loucura, né? Mas o que posso fazer se a mente não consegue fazer o coração obedecer? Vivo embriagada de amores, e acredito em todas as promessas que teu sorriso me faz. Talvez um dia eu aprenda, não sei. Só sei que hoje preciso te confessar que doeu.

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quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Totalmente apaixonada!


Já era noite em teu olhar quando me apaixonei... teu céu, crivado de estrelas, alardeava raios e despejava orvalho em meu peito.  Louca e completamente embriagada, corri atrás de miragem, e acreditei em cada promessa de sol que teu sorriso fez...
Sempre fui assim, absolutamente volúvel, facilmente influenciável, totalmente apaixonada! E foi assim que teu sorriso fez morada em minha retina. Eu te alojei em meus pensamentos, e te deixei tomar conta de cada recanto de meu peito. Fui leviana, permiti que teu perfume me banhasse os sentidos até que eu me sentisse plena de ti... E saciada, desejei ainda mais, ansiei por tuas carícias, por teus beijos, por teu carinho.
Mas, quando o sol se pôs a brilhar em teu universo, não havia mais espaço para minhas pieguices... não havia mais desvarios, e a lua deixou de ser nossa cúmplice. Quando o sol nasceu, eu finalmente pude abrir os olhos, e pude ver em meu espelho o amor que te dediquei.

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terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Sobre sonhos e ilusões










Ando meio cansada de sonhar. De ficar esperando um final feliz, um "fica tranquila que tudo vai dar certo". É mentira! Tem muita nuvem que esconde o sol, tem muita fumaça embaçando minha visão. De que adianta ficar esperando por você?
Eu te vi naquele dia caminhando no shopping. De longe, eu fingi que estava vendo a vitrine da loja enquanto acompanhava teu reflexo no vidro. Você estava feliz, parecia até mais jovem, como se estivesse comemorando algo: vi você brincando com uma criança, logo você que nunca quis ter filhos!
Foi inevitável deixar cair uma lágrima. A vendedora da loja se aproximou preocupada e eu tentei disfarçar, dizendo que o titulo do livro tinha me lembrado de uma história triste. A nossa história estava presente em toda a livraria! Tinha fragmentos nossos espalhados em todas as estantes...
Fiquei em silêncio, olhando teus passos leves e teu sorriso sereno... e vi você ir embora pisando em cada um dos meus sonhos e projetos. Você nem olhou para trás. Tive a impressão até que você cantava. E fiquei imaginando o que teria naquela sacola que você carregava... a sacola de nossa livraria favorita!
Eu só queria que ali tivesse o nosso livro, e que você pudesse depois sentar à sombra de uma árvore no "nosso" parque e, com saudade, ler a nossa história.
Eu queria muito que você risse e chorasse como eu, recordando cada um dos momentos que vivemos. Eu só queria que nosso livro terminasse com uma página em branco, e que ali tivesse espaço para reescrevermos o nosso amor.

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